11.14.2014

11.06.2014

Macio

Sou escrava do que escrevo?
Quando baixa a palavra eu vejo
Sem atrito no contato
Eu percebo
Como é bom tocar os céus
Com meus sonhos.


Francielle Manini           

Em vão

Te abracei pra segurar a vida
no teu corpo
Manter ela lá, dentro de ti
Não deixar ela fugir
Mas ela escorreu naquele desmaio
Foi instantâneo aquele pranto
A agonia não carece ensaio.



Francielle Manini            

11.04.2014

Hesito um segundo

 Hesito um segundo
Antes de desistir de tudo
E um grito parte de algum mundo
E me suplica reconsiderar
Ergo de pronto, a cabeça
Do vazio moribundo
Enxugo restos de incertezas
E sigo firme a caminhar.

Francielle Manini        

Para um destino desavisado

Desatino me surpreendeu acordado
Me sinto até um tanto pesado
Peguei a estrada e fui a pé
sob um sol esgotador
Sinto calor e sinto sede
Vou pra lá
(Seja lá onde for)
Joguei minha mala
Na beira da estrada
Vou mais leve e contente
Quando não carrego o passado.

FrancielleManini            

11.02.2014

Mudança

A mudança espalhou no vento os papéis
As promessas e juras de amor que me iludiram
A mudança me alertou para o que eu não via
Agora leio incoerências que não enxergava
Nas entrelinhas de tua covardia.



Francielle Manini

10.31.2014

Lacuna

 Terna lembrança que tenho
Do carinho que já não ganho
De quem partiu sem poder se despedir

Tímido sorriso em tua face
Na foto que vejo com saudade
Espetáculo pra solidão aplaudir

Privada de teu afeto
Choro e gemo a ausência
Do apoio que não me permitia cair

Teus braços me gritavam conforto
Me abrigavam de um mundo feroz
Me erguiam pra que pudesse resistir

Tu me educou pra ser alguém
Ir além do que eu queria
Não desanimar nem desistir

Teu doce abraço que anseio
Quase sinto em meus sonhos
Despertada com lembranças pra sorrir.


Francielle Manini              

10.14.2014

Que perigo desmedido

Manter o juízo no modo econômico
Não é nada cômico pesar as reações.


Francielle Manini              14-10-2014

10.09.2014

Me derramei nos braços de meu irmão

Me derramei nos braços de meu irmão
Chorando a mesma apreensão
Apunhalados na alma
Cantávamos gemidos e suspiros
Que esmagavam nas costelas, o pulmão
Não havia melodia naquilo
Tampouco ar havia também
Esporeando a notícia atroz
Faltou tudo naquele momento
Que ecoou pelo hospital
O desgraçado resto de nós.


FrancielleManini              09-10-14

10.07.2014

Congelamos juntos

Ninguém escutou o grito
Que partiu sem voz
Do coração que exigia silencio
Que carecia frio, de ternura
Todos sabiam o motivo
Pelo qual minha alma desmanchava
Chorava contagiosa tortura
Nem passado fossem séculos
Nem incontáveis milênios
Esqueceria tal amargura
Da agonia incontida
Do ultimo abraço que te dei
- sem vida -
Sem a tua e a minha vida
Que se esvaiu ali
No instante que teus olhos fecharam
e congelamos juntos
Congelamos juntos.


Francielle Manini